Vale à pena comprar e usar ostensivamente um Hiphone, ou qualquer outro desses clones chineses do iPhone xing ling? Bom, muita gente acredita que sim. Eles estão aí, por toda parte e são uma alternativa barata para quem deseja ter um celular mais bacana, mas não tem dinheiro para comprar um modelo top de linha como o Motorola Milestone, o Nokia N97, o Sony Ericsson Xperia X10, por exemplo.
Agora mesmo, ao navegar por este site você pode estar vendo algumas ofertas de Celulares semelhantes exibidas pelo sistema de anúncios do Adsense. Por menos de 100 reais é possível por as mãos num legítimo smartphone Xing Ling com tela sensível ao toque, sistema Android e TV Digital.
Não podemos negar que o preço é um fator a ser levado em conta. Para se ter uma ideia, por esse mesmo preço o máximo que conseguimos de um celular de marca é um Nokia 1661, por exemplo, que tem tela minúscula, rádio FM, lanterna e alguns jogos em Java.
Por outro lado, os celulares chineses são fruto de um processo de massificação extremo, que explora os trabalhadores, clona marcas conhecidas, viola patentes e não presa nem um pouco pela qualidade. Sem falar que os produtos encontrados em ruas de comércio irregular como a Santa Ifigênia são produto de contrabando, que não pagam impostos, portanto.
Independente disso, deve-se avaliar a qualidade desses clones de iPhone, Nokia e BlackBerry. Apesar de baratos, se o produto estraga, a quem você vai recorrer? Se o vendedor não quiser trocar o produto, como proceder se você não tem sequer uma nota fiscal? Lembre-se: comprando um produto pirateado você está nas mãos de quem lhe vendeu, e vai ter que depender da sua boa vontade.
E a qualidade é um problema, não resta dúvida. Numa matéria da revista Info Exame de Julho de 2010, por exemplo, um editor foi escalado para usar um Hiphone durante quinze dias. Ele até que começou bem, mas depois de cinco dias de testes acabou desistindo de usar, pois considerou impossível ter o Hiphone como ferramenta de trabalho. Entre os principais problemas enfrentados está a má qualidade da tela sensível ao toque, o áudio ruim, e o fato do aparelho simplesmente não reconhecer o cartão microSD do editor.
Enfim, aquela velha máxima de que o barato sai caro pode ser mais verdadeira do que nunca. Para quem quer um aparelho com mais recursos, eu recomendo procura um smartphone de entrada como o Motorola Quench, que vem com sistema Android (um tanto desatualizado, é verdade, o 1.5) e tem um preço mais acessível, ou se preferir um Motorola FlipOut com Android 2.1.